Imagine uma parede em branco. Lisa, silenciosa, cheia de possibilidades. Olhar para ela pode causar desconforto ou encantamento, depende do momento, do olhar, da intenção.
Muitas vezes, essa parede representa uma área da nossa vida: um relacionamento, uma decisão profissional, um ciclo que se encerra ou uma nova fase que começa. E assim como diante de uma parede vazia, surge a pergunta: o que eu quero colocar aqui?
Alguns escolhem uma paisagem tranquila. Outros optam por um papel de parede cheio de cores, formas, ousadia. Há quem pendure quadros de lembranças, frases de impacto, símbolos de fé. Cada escolha reflete um desejo interior, uma busca por sentido, beleza ou pertencimento.
Mas o tempo passa…
E aquilo que antes parecia perfeito pode começar a incomodar.
A paisagem não acalma mais. As cores cansam. O papel de parede que era divertido agora parece exagerado.
E tudo bem. A parede continua ali, firme. O que muda é o que colocamos sobre ela e isso faz parte da vida.
Faz parte rever nossas escolhas. Trocar o que já não nos representa mais. Mudar de ideia. Mudar de tom. Mudar de caminho. Isso não é fracasso. É amadurecimento.
Cada escolha que fazemos hoje se transforma no cenário que veremos amanhã. E cada escolha tem o poder de nos aproximar — ou nos afastar — da vida que queremos viver.
A pergunta que fica é:
O que você tem escolhido colocar na sua parede?
Essa escolha ainda conversa com quem você é agora?
Porque viver é isso:
Escolher.
Reescolher.
Permitir-se mudar.
E construir, pouco a pouco, uma vida que reflita a nossa verdade.